Militar acusado de matar assessor da prefeitura de Jaguari irá a júri popular

Lenon de Paula

Militar acusado de matar assessor da prefeitura de Jaguari irá a júri popular
O crime aconteceu na sede da prefeitura de Jaguari (foto), onde Gustavo exercia a função de assessor da Secretaria de Turismo, Cultura e Desporto. Foto: Marcelo Oliveira (Arquivo/Diário)

O réu Leones Albaces Oliveira Dal’Osto, 58 anos, que responde pelo homicídio do servidor da prefeitura de Jaguari, Gustavo Medeiros, 28, irá a júri popular. A decisão foi comunicada pelo juiz Daniel Nikosheli Nepomuceno, da Vara Judicial do Fórum de Jaguari, na tarde desta quarta-feira (05).

Conforme o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), o magistrado afirmou que a materialidade do crime ficou devidamente comprovada por meio de registros de ocorrência policial e outros documentos, assim como a prova oral, que apontou para existência de indícios suficientes de autoria.

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De acordo com o magistrado, não há elementos que comprovem a inexistência de participação do réu no fato. Portanto, ele decidiu levar o caso ao Tribunal do Júri e manteve a prisão preventiva do acusado, diante da gravidade do delito praticado, “em cidade extremamente pequena, de comunidade ordeira, impactada pela ação, sendo certo o ferimento da ordem pública”.

Na decisão está a transcrição do depoimento de Leones, onde ele confirmou ter disparado quatro vezes contra a vítima. Ele teria afirmado que sua intenção não era matar Gustavo, que agiu para se defender e que o que ocorreu foi uma fatalidade. Também disse que se sentia ameaçado e humilhado e estava em pânico.

O crime teria sido motivado pelo descontentamento de Leones (foto) com a venda de um imóvel, realizada pela imobiliária em que a vítima trabalhava. O mesmo imóvel também era anunciado pela imobiliária do acusado. Foto: Redes Sociais (Divulgação)

O réu atuava como empresário do ramo imobiliário, e foi indiciado por homicídio por motivo torpe (ganância), com emprego de meio que possa resultar perigo comum (tiros dentro de um órgão público) e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima (ataque surpresa). Por ser militar reformado, Leones está preso no 19º Grupo de Artilharia de Campanha do Exército Brasileiro, em Santiago, desde o dia 21 de abril, data em que se apresentou à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento em Santiago.

A decisão cabe recurso. A reportagem entrou em contato com o advogado Daniel Tonetto, que representa o réu, e com o advogado José Acosta, assistente de acusação. Até o momento da publicação nenhum dos advogados retornou os contatos da equipe.

Entenda o caso

Na tarde do dia 20 de abril, Leones teria ido até a sede da prefeitura de Jaguari, onde Gustavo exercia a função de assessor da Secretaria de Turismo, Cultura e Desporto. Ele teria chegado primeiramente na Secretaria de Educação da prefeitura de Jaguari, e pediu para falar com Gustavo.

A recepcionista informou que ele trabalhava no prédio da Secretaria de Turismo, a cerca de 20 metros de distância, e o acompanhou até o local. Ao chegar na sala, Leones teria disparado pelo menos cinco tiros nas costas de Gustavo, e fugido logo após. Pelo menos três pessoas teriam testemunhado o assassinato. Uma delas foi a recepcionista da Secretaria de Educação. Na sala, além de Medeiros, haviam dois servidores municipais.

Segundo a delegada Elisandra Mattoso Batista, o inquérito concluiu que desavenças relacionadas a negócios imobiliários seriam as motivações do crime. Além de trabalhar como assessor no município, Gustavo (foto) também atuava no ramo contábil e imobiliário. Foto: Redes Sociais (Divulgação)

Conforme o Judiciário, a denúncia aponta que o réu teria dito ao assessor: “eu falei que iria te pegar gordo” antes de efetuar os disparos. O crime teria sido motivado pelo descontentamento do réu com a venda de um imóvel, realizada pela imobiliária em que a vítima trabalhava. O mesmo imóvel também era anunciado pela imobiliária do acusado.

Gustavo chegou a ser socorrido com vida e, devido à gravidade dos ferimentos, foi transferido para o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo em Santa Maria. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu às 23h13min do mesmo dia. Ele foi sepultado no Cemitério Municipal de Jaguari. O réu se apresentou na DPPA de Santiago e foi preso no dia 21 de abril. O inquérito foi remetido ao Judiciário no dia 29 de abril, a denúncia foi aceita pelo TJRS em 9 de maio.

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